sexta-feira, 3 de julho de 2015

O futuro de todos nós


Pode estar nascendo hoje o último ser humano a vagar pela Terra. A menos que façamos algo para evitar a extinção. A maior parte das pessoas tem uma visão dramática sobre o fim dos tempos. Um grande meteoro em rota de colisão com nosso planeta; uma mudança repentina nas condições atmosféricas; a transformação do Sol em uma supernova. As previsões estão atreladas à ciência. Mas há outro vaticínio em andamento. Se o fim viesse de fenômenos naturais, tudo se encerraria em questão de minutos. Seria uma forma digna de dar adeus. Indigno é se despedir silenciosamente, ignorando as relações humanas. Está chovendo lá fora? Quem disse que é preciso olhar para saber? Um amigo tenta conversar enquanto você divaga no celular? Bobo é ele, achando que está recebendo alguma atenção. O mundo real virou coadjuvante. Tudo é conexão. “Abram os vidros, deixem-me ver as árvores”, disse o poeta Alexandre Herculan o. Já fez isso hoje? A natureza, bela por essência, perfeita por criação. As árvores fazem parte de uma linhagem comum na história da vida. Somos irmãos de longa data. Entretanto, abdicamos delas em favor de gigantes de tijolos e metal. Passamos a construir nosso próprio mundo. O ser humano ousa ser Deus. O último de nossa raça pode estar nascendo, pois robotizamos emoções. Grilhões de uma rotina grosseira, voltada para o vício no superficial, tomaram nossa vida. Não há um mísero minuto de relaxamento para pensar. O dinheiro nublou a compreensão das pessoas. O poder corrompeu os princípios mais basilares de convivência social. Deixamos de existir como conjunto, a partir do momento que a indiferença passou a dominar os relacionamentos. Correções de curso acontecem, mas chegamos a uma maturidade do supérfluo. A geração de hoje, operária de um vindouro futuro, vendeu-se para a impessoalidade. Um meteoro nada significa perante uma morte lenta e dolorosa, incitada pelo escárnio e pela falta de interesse no próximo. O Sol explodir, uma mudança climática... A instantaneidade nos beneficiaria. Resta aguardar a manifestação de uma fagulha de esperança. Uma pequena atitude que altere o curso do destino. Lembre-se: o poder de mudar realidades está na mão de cada um. Pense nisso, pelo bem de todos nós.     Gabriel Bocorny Guidotti.

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