
Inaugurado em 1982 pelo então prefeito Jacy Miguel Scanagatta, o Centro Cultural Gilberto Mayer tem, em sua história, causos de arrepiar.
Desde os primeiros tijolos até as cadeiras, tudo em sua construção está envolto em mistério.
A obra, erguida onde funcionava a cadeia pública de Cascavel, na rua Duque de Caxias, começou com denúncias de superfaturamento que culminaram com a colocação das cadeiras. Elas foram adquiridas do extinto Cine Avenida, que curiosamente pertencia ao Grupo Delfim, que tem como seu maior acionista o então prefeito Jacy Scanagatta. Mas essa história já prescreveu e até as cadeiras já viraram cinzas.
O que interessa são as histórias que fizeram e algumas ainda fazem parte da lenda que trata dos “fantasmas” que habitam os teatros em todo o mundo.
Para reforçar essas histórias, vamos citar dois homens em especial: Carlito Silva e Abraão. Os dois começaram a trabalhar como servidores do município na construção do Centro Cultural. Depois que a obra foi concluída, foram incorporados ao quadro de servidores como vigias. Ambos estão aposentados. Carlito mora no Jardim Floresta e Abraão na Vila Neva.
No pátio onde está a futura Praça Frederico Sefrin (onde está sendo construído o teatro Municipal - também "encantado") e onde também está o C. C. Gilberto Mayer, havia vários poços.
Dentro do corredor que levava à carceragem, o maior e mais tenebroso deles. Com 29 metros de profundidade e 6 metros de água, era usado como instrumento de tortura pelo então carcereiro, sargento Arthur, mais conhecido como “coice de mula”, tendo em vista a maneira “cortês” com que tratava os detentos.
Um dos passatempos preferidos do sargento "coice de mula" era pendurar os detentos pelos pés e atirá-los no poço. Depois eram puxados por uma manivela que rangia. Contam que vários homens sucumbiram diante da tortura e foram “enterrados” nos poços desativados que tinha no pátio. Isso nunca foi investigado e hoje é praticamente impossível descobrir se é ou não verdade, tendo em vista que pelo menos 3 desses poços estão sepultados pelas obras do novo teatro que está sendo construído.
Carlito e Abraão juram que nas noites em que cuidavam do patrimônio público como vigias e antes mesmo, durante as obras, era comum verem sombras pelo local, sombras essas que emitiam lamentos de dor.
Uma coisa é certa: o novo teatro pode demorar a ficar pronto, mas quando isso acontecer, dentro dele já teremos os fantasmas que são tão comuns nas histórias dos teatros e seus momentos únicos de denúncia e diversão.