A noite longa e silenciosa permite ouvir
passos leves de seres de branco
Desfilam entre a vida e a morte todo o
tempo.
Durante o dia nem são notados
Ouvem silentes os gritos de dor
O murmurar das reclamações.
Na boca sempre um sorriso
Ouvidos prontos a escutar
Mãos ágeis empunham seringas
Como espadas que combatem no campo de
batalha.
É uma guerra diária
Nem todos sobrevivem
A lei da existência é implacável.
Ao cair a sombra noturna
Quando o murmurar se amaina
E os corpos feridos se entregam à Morfeu
Se percebe que os seres de luz também cansam
Se retiram quietos
Calados em busca do aconchego no lar.
Uma nova leva surge
Novos sorrisos
Determinados, prontos para a luta
O ritual se repete
E parecem voar
Entre a dor e o amor!