quinta-feira, 23 de julho de 2015

Drama mundial da fome

Criança recebe ajuda de programa das Nações Unidas no Iêmen (Foto: Mohamed al-
Uma terrível realidade. E que muitos parecem desconsiderar. A luta por comida no mundo tem chegado a níveis assustadores. Ertharina Cousin, principal coordenadora do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da Organização das Nações Unidas (ONU), afirmou recentemente que pela primeira vez a organização responde simultaneamente a cinco grandes crises. Mais: o PMA oferece apoio ao maior número de refugiados desde o fim da 2ª Guerra Mundial. Terrível realidade. Uma prova a mais de que as barbaridades humanas - sejam praticadas por governos, empresas e até mesmo ONGs - não têm limites. Em entrevista à Agência France Press (AFP), Cousin disse que o número de pessoas que precisam de ajuda alimentar continua a crescer. Devido à escassez de financiamento e às crescentes demandas das quatro maiores crises humanitárias no mundo, de refugiados e dos países afetados pelo ebola, Cousin contou que o PMA precisou reduzir algumas remessas e distribuições. Ela destacou as crises no Iraque, na Síria, na República Centro-Africana e no Sudão do Sul, além das centenas de milhares de pessoas afetadas pelo surto de ebola no oeste da África e os mais de 50 milhões de refugiados no mundo. O PMA é financiado por doações e cerca de 90% de seu orçamento vem de governos, muitos dos quais enfrentam seus próprios desafios financeiros e domésticos, ela lembrou. "Então nós imploramos que eles continuem a ajudar porque nós vivemos em um planeta muito pequeno e não podemos priorizar uma criança faminta em vez de outra", acrescentou. Mesmo na Síria, onde o programa elevou o número de pessoas atendidas para 4,1 milhões, após trabalhar durante anos para ampliar o acesso a alimentos no país, será preciso reduzir a quantidade de comida distribuída, informou Cousin. No Iraque, a organização apoia cerca de 880 mil pessoas e tenta chegar a 1,1 milhão. No oeste da África, a autoridade disse que o PMA está trabalhando com a Organização Mundial da Saúde desde março para fornecer comida aos que precisam de tratamento médico para o ebola. A agência concede alimentos a mais de 185 mil pessoas na região e tenta elevar este número para um milhão. Cousin também afirmou que o programa ajudou a conter a fome na República Centro-Africana e espera fazer o mesmo no Sudão do Sul, onde não houve época de colheitas. O caso do Brasil, ainda que com inegáveis avanços recentes no combate à fome e à miséria, inspira atenção. Muita atenção.  Em Pelotas, iniciativas como o Banco de Alimentos Madre Tereza de Calcutá trazem alento e uma mínima possibilidade de futuro a mais de mil famílias. Sim, mil famílias que dependem da iniciativa para sobreviver e acreditar em dias melhores. A voz da fome fala alto. É preciso, urgentemente, ouvi-la.
 

D.POP
Publicado no diHHITT

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