sexta-feira, 26 de março de 2010

Quando começam as estratégias de “guerra”

Ainda falta muito tempo para as eleições de outubro, mas praticamente todos os nomes estão lançados e todos os que trabalham nos bastidores já se movimentam visando garantir a eleição dos seus escolhidos. Todo o aparato eleitoral está em ebulição, seja nos botecos das vilas, onde os cabos eleitorais já dizem que o “seu candidato” é o melhor e o mais bem preparado, ou nas agências de publicidade, locais que “gênios” da estratégia de marketing pensam dia e noite como fazer para fazer com que as idéias dos seus contratantes sejam transformadas em “argumentos” de campanha fortes o suficiente para convencer o eleitor.
Finalmente, no topo repousam os “candidatos”, mesmo que não definidos “oficialmente” perante a legislação, já estão definidos nos bastidores. Mas esse repouso aparente esconde uma “guerra” silenciosa onde não faltam “alfinetadas” jocosas e o aproveitamento dos meios de comunicação que são obrigados a disponibilizar horários gratuitos para a propaganda. E é nesses espaços que a campanha se torna acintosa. Candidato velho do partido A, vem a público e tenta distorcer o candidato jovem do partido B, que por sua vez critica o agricultor do partido C, mesmo que em público apareçam de mãos dadas em fotos de jornais dizendo do seu compromisso com a sociedade.
O que falta é transparência. Se não concordo com as idéias desse ou daquele candidato, não devo sentar-me ao seu lado, pois mesmo que falem que as disputas devem permanecer no campo das idéias, não é concebível a convivência entre a raposa e as galinhas. O procurador da República Federal, Celso Antônio Três, em sua passagem por Cascavel jamais foi visto participando de “banquetes e churrascadas” com os demais setores da sociedade. Sua participação em eventos sociais estava limitado ao Clube dos Advogados, onde jogava futebol nos finais de semana, mas sempre entre seus pares. Indagado do por quê desse comportamento, Três explicava: “não posso ser comensal daqueles que amanhã poderão estar sendo acusados por mim. Não teria o discernimento ético e moral para agir com isenção”. A se os políticos também agissem assim, teríamos mais compromissos, mas respeito, mais galhardia. Até a década de 70, no século passado, quando um político mudava de partido, era execrado pela sociedade que já lhe impingia um rótulo: “o vira casaca”, numa alusão ao homem que se despia dos princípios ideológicos que havia confessado como alguém que simplesmente tira o paletó e o veste no lado avesso.
Mas isso hoje é motivo de risos, em exemplos gritantes podem ser vistos na sociedade, onde apenas os interesses pessoais são predominantes e atingir esses interesses é a única coisa que importa. O Partido Popular Socialista (PPS) é hoje o maior exemplo de sigla de aluguel que existe. Surgido de uma dissidência do Partido Comunista Brasileiro (PCB) que era presidido por Roberto Freire no Brasil, o PPS se formou graças a um “golpe” perpetrado por Freire contra comunistas históricos. O PCB só não acabou porque é maior que um homem. É um dos poucos partidos com viés ideológico, que existem. A ele podem ser alinhados o Partido dos Trabalhadores (PT) em sua base, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e uma parte do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Mas voltemos ao exemplo do PPS. Usando um slogan de “Partido Ficha Limpa” esqueceu seus compromissos programáticos e passou a aceitar em seus quadros os mais reacionários integrantes da direita raivosa, os mesmos que perseguiram os comunistas que acreditaram em Freire e nas propostas do PPS e que hoje, dentro do partido, querem apenas uma sombra para descansar suas candidaturas podres. Esses até tem direito constitucional de disputar eleições, mas dentro do seu pensamento ideológico, mas certamente eles não sabem o que é ideologia e o que ela representa.
É por isso que a disputa ao governo do Estado já começa deturpada, pois terá em seu seio pessoas que buscam apenas os seus próprios interesses, enquanto velhos políticos vêm dizendo que “são novos”, novos são tachados de “velhos” e os interesses do povo paranaense, que a tudo assiste passivo vai sendo postergado. Mas um dia isso muda, podem esperar.

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